"Qualquer argumentação filosófica que não tenha como preocupação principal abordar terapeuticamente o sofrimento humano é inútil..."
Epicuro

domingo, 27 de novembro de 2011

Marquês de Pombal: Gestão de Crises


Na manhã do feriado do dia de Todos-os-Santos no dia 1 de novembro de 1755 às 9:30hs, iniciou-se um fortíssimo terremoto, que marcou a história de Portugal para sempre.
Este terremoto destruiu quase completamente a cidade de Lisboa. O terremoto foi seguido de um tsunami  que pode ter atingido 20 metros de altura, tendo feito mais de 10 mil mortos (há quem aponte muitos mais).Os geólogos modernos estimam que este terremoto a magnitude 9 na escala de Richter.


Após a catástrofe, o Rei D.José I consulta o então Secretário de Estado dos Negócios
Estrangeiros e da Guerra, o Marquês de Pombal:
O que deveria ser feito?
Que ações deveria tomar?
A sua resposta é de uma lucidez e sabedoria incomum, entrando para a história como um excelente conselho (ou melhor dizendo, método) para gestão de crises
O Marquês de Pombal respondeu:

Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”.

Este conselho aborda as 3 dimensões temporais da crise:
Passado: os mortos
Presente: os vivos
Futuro: os riscos de invasões e saques - fechar os portos – ação necessária para a reconstrução.

Sepultar os mortos significa que não adianta ficar reclamando e chorando o passado. É preciso “sepultar” o passado, tomar total consciência da crise ocorrida e libertar-se dela através do ritual de “sepultar os mortos”.
Muitas pessoas e empresas têm enorme dificuldade em “enterrar os mortos". Note que é importante o ritual do luto e velório, mas sempre com um prazo definido. Passado o momento da crise, lembre-se, a primeira coisa a ser feita é “enterrar os mortos”.


Cuidar dos vivos significa que depois de enterrar o passado, temos que cuidar do presente. Cuidar do que ficou vivo. Cuidar do que sobrou. Fazer o que tiver que ser feito para salvar o que restou após o terremoto. Dar foco ao presente só será possível se tivermos enterrado os mortos, esquecido o passado. Muitas pessoas e empresas não conseguem dar foco ao presente para “cuidar dos vivos".


Fechar os portos significa não deixar as “portas” abertas para que novos problemas (futuro) possam surgir ou “vir de fora” enquanto estamos cuidando dos vivos e salvando o que restou após a crise de nossa vida ou empresa. Significa não permitir que novos problemas nos desviem do cuidar dos vivos”. Fechar os portos também é necessário porque quando você, está passando por um terremoto", seus adversários e inimigos sabem de sua fragilidade e possível desesperança. E aí quererão aproveitar-se de sua fraqueza. Se você deixar seus portos” abertos poderá ter que lutar contra os oportunistas que virão espreitar a sua desgraça. Feche os portos!

Para ilustrar melhor a amplitude do alcance desta estratégia para a gestão de crises nas esferas pessoais e financeiras, usarei o recurso de um mapa mental.
Para quem não conhece, a ferramenta chamada mapa mental (mind map) é um recurso desenvolvido por Tony Buzan (livro Mapa Mentais e suas elaborações – Tony Buzan – ed. Cultrix) para organização de idéias e pensamentos utilizando os 2 lados do cérebro (racional+ artístico).
Vejamos como ficaria um mapa mental para crises pessoais e financeiras:



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